sábado, 3 de abril de 2010

[PGN] CULTURA DE COOPERAÇÃO

CULTURA DE COOPERAÇÃO


A P R E N D E N D O C O M G I R A S S Ó I S E J A R D I N S

Sociedade globalizada, rede: mais que palavras e novas idéias acerca das relações sociais e de produção, estamos diante de desafios que nos levam a rever conceitos e paradigmas, bem como, indicam a necessidade de construção de outras formas de agir/pensar. Não cabe mais para as organizações atuais e, mesmo em nossas vidas particulares, manter os mesmos padrões de comportamentos e de expectativas quanto aos resultados presentes e proposições de futuro. Não é mais possível, por exemplo, ignorar posturas que privilegiam o ganho individual em função de perdas coletivas. Perdas que poderão levar, em uma análise mais extrema, até mesmo, à extinção do planeta.
Assim, nos vemos impelidos a, no desenvolvimento de novas relações do homem consigo mesmo, com o seu semelhante e com o mundo, captar as dimensões da mudança em marcha e desenhar uma nova ordem mundial.
Aqui estamos nós, sujeitos históricos, determinantes/determinados na relação de interdependência da grande rede e nela, sujeitos de escolhas individuais e coletivas. A cada escolha existem responsabilidades que lhe são inerentes. Somos responsáveis pelos resultados de nossas escolhas históricas, tanto pelos benefícios quanto malefícios. Segundo CAILLÉ (1998)¹, o que prevalece é um sentido de cooperação inerente ao próprio movimento da vida: dar, receber e retribuir. Para o autor, uma tríplice obrigação.
Decisões anteriores nos trouxeram até aqui. Criamos um cenário no qual podemos constatar o crescimento da humanidade em diversos aspectos: humano, social, econômico, político, científico e tecnológico. Podemos ainda, verificar outros efeitos, oriundos das formas pelas quais promovemos tal desenvolvimento: desigualdades sociais, destruição do meio ambiente, adoecimento de relações, pessoas e organizações, além de dois grandes fardos culturais. O fardo de uma especialização exacerbada que tende a cristalização ou como quer BUKMINSTER (1985) ², “uma forma elegante de escravidão”, - que gera uma cultura de dependência e, portanto, de salvadores - e, o da individualidade competitiva.
Estamos agora, em nível planetário, vivendo um período de transição. A passagem do velho para o novo mundo implica em mudar o jeito de fazer, em aprender a compartilhar e se desapegar de velhas certezas. É neste contexto, que nos deparamos com a discussão acerca da “CULTURA DA COOPERAÇÃO”. Uma discussão pertinente ao momento e fundamental como suporte para as mudanças em curso. Iniciar a conversa, fazer as primeiras incursões sobre o tema, eis a proposta deste trabalho.
Nas produções teóricas – síntese de múltiplas leituras sobre o homem e seus fazeres – aprendemos que qualquer reflexão temática pressupõe contextualização. Contextualizar é localizar historicamente, no campo da prática humana e do pensamento científico, o momento em que se iniciou o estudo sobre o tema, suas bases e o movimento do conhecimento gerado sobre ele. Aqui, entretanto, decidimos iniciar buscando em outro lócus de conhecimento o entendimento dos termos cultura e cooperação. Termos que compõem uma expressão significativa para uma humanidade que anseia gerar uma nova realidade.
Um olhar mais atento ao nosso redor e acessamos múltiplos exemplos de cooperação. Múltiplos e diferentes em níveis e formas: desde parcerias “ganha-ganha” como no caso de algumas flores com seus poliminizadores aos exemplos mais extremos em que um cede a própria vida para que a do outro permaneça, como no caso de alguns insetos que vivem apenas até o momento da cópula, de forma a garantir a perpetuação da espécie. Uma imensa e complexa rede se movimenta e, mesmo que por vezes desatentos, ocupados em ser apenas seus “usuários”, dela fazemos parte de forma privilegiada, uma vez que, somos capazes de significá-la.
Iremos assim, buscar na botânica, ou mais propriamente em um jardim, uma metáfora que nos ajude na compreensão do que seja uma Cultura de Cooperação. Vamos, portanto, falar de flores.
Escolhemos, entre várias, o girassol. Ele não é apenas uma flor, é uma comunidade de flores – uma inflorescência – sustentada por uma haste ou pedúnculo. Múltiplas flores se estruturam, ajustam-se e se diferenciam na formação do girassol. Um olhar mais atento, do biólogo ou de um botânico, por exemplo, nos diria das diferenças entre elas. O que conhecemos por pétalas são flores modificadas que perderam, ou abriram mão, de sua capacidade reprodutiva e cresceram de forma a cumprir funções específicas: proteger a comunidade dos predadores e, ao mesmo tempo, atrair os poliminizadores que garantirão a reprodução de novas inflorescências.
Não é o mesmo que acontece na comunidade dos homens? Múltiplos e diferentes, nós assumimos diversos papéis, formando grupos, organizações e comunidades. Há, entretanto, uma diferença fundamental: os homens têm consciência de si, do outro, de seus papéis e de sua condição humana – sujeitos de escolhas.
Podemos encontrar, ainda, outras semelhanças entre inflorescências e comunidades humanas. A haste, por exemplo, para as flores, além de suporte, é veio condutor de suprimentos. É sobre ela que se edifica e se sustenta a comunidade. A haste, na comunidade dos homens, se chama relação. Relações diferentes e em níveis cada vez mais complexos sustentam os fazeres e as experiências humanas – sócio-culturais, econômicas e políticas. Tão vivas quanto à haste do girassol, elas traduzem um movimento permanente em que são trabalhadas desde as necessidades básicas – manutenção do corpo saudável – até sonhos e desejos criados incessantemente pelos homens. Hoje, falamos cada vez mais em qualidade de vida, conforto, beleza, prazer e, principalmente, na qualidade das relações que estabelecemos. Refletir sobre esta haste e seus movimentos implica em entender os suportes que dão sustentação à construção humana: os valores universais, a ética e a prudência nas decisões que envolvem o indivíduo e o coletivo.
Das sociedades primitivas às mais modernas, a cooperação – comportamento de indivíduos que trabalham juntos, visando alcançar objetivos comuns – aparece juntamente com as práticas competitivas – disputa de espaço, recursos e poderes. São hegemônicos, até então, os paradigmas e as práticas competitivas.
Segundo Leonardo Boff, em texto publicado na Folha de São Paulo em Junho de 2003,
“... É difícil para a grande maioria da humanidade saber o que é correto e o que não é. Esse obscurantismo do horizonte ético redunda numa insegurança muito grave na vida e numa permanente tensão nas relações sociais, agravada pela lógica dominante da economia e do mercado, que se rege pela competição, e não pela cooperação, dificultando destarte o encontro de estrelas guias e de pontos de referência comuns”. (BOFF, 2003 – grifo nosso).
Hoje, vemo-nos diante da necessidade de repensar e resignificar a lógica dominante referida por Boff. O que seria então, passar de uma relação predominantemente competitiva para uma outra que pressuponha prudência e cooperação?
Ao nos depararmos com tal indagação corremos alguns riscos. O mais visível deles é o de permanecer em extremos. Mudar a lógica da economia e de mercado hoje predominante para a de cooperação, não implica em eliminar a competição, uma vez que, também ela é da natureza humana. Equilíbrio seria a palavra chave. Introduzir compaixão nas ações, considerar a inteireza, a afetividade, a amorosidade, a harmonia e a paz. A referência deverá ser o homem na sua integralidade: razão, emoção e transcendência – capacidade de ir além de si mesmo, de pensar e significar suas ações, de se projetar para Deus ou, como o girassol, teimar pela luz.
O homem se diferencia dos demais seres por sua capacidade de fazer e pensar sobre o seu feito, por mudar a realidade conforme seus valores, crenças e atitudes. Assim, ele produz a vida, produz a si mesmo e desenha sua face no planeta. Uma face múltipla que se renova a cada momento. A todas as simbologias, crenças, visões de mundo, conhecimentos, produções, materializações e sentimentos que compõem esse fazer humano, chamamos Cultura. Cultura é uma produção coletiva própria dos homens, transmitida, modificada e partilhada pelas comunidades de geração em geração.
Assim como os girassóis, também as margaridas, as palmas-de-Santa-Rita, os crisântemos, ipês e hortênsias são inflorescências. Juntas formam o jardim: uma comunidade de comunidades, demonstrando algo que poderíamos, fazendo uma analogia, chamar de Cultura da Cooperação.
Cultura da cooperação é resultado de um fazer humano pautado no diálogo das diferenças. Um diálogo que se dá numa relação de interdependência visando, invariavelmente, o bem coletivo. Segundo ROMANO (2002), diferentes atores, em lugares diferentes, em interação, complementando-se, sem se opor ou se mesclar, “experimentando o desafio de serem autônomos na ação e interdependentes na missão”. Eis o convite! Um convite para todos aqueles que acreditam, desejam e sonham com um mundo melhor, mais humano, mais justo e mais feliz. Um convite para os que defendem a convivência justa e pacífica das diferenças culturais e individuais. Um convite para sujeitos históricos que se sabem não só atores, mas, também autores de seus destinos.
Para facilitadores – educadores, gestores, agentes de mudança – mais que um convite, há nesta proposição um desafio: o desafio do “homem que age” tendo como referência a rede.

O P A P E L D O A G E N T E D E M U D A N Ç A E M
R E L A Ç Õ E S D E C O O P E R A Ç Ã O

“... O homem que age é um agente que delibera sobre coisas porque está consciente de suas finalidades, busca sentido, pessoal e coletivo, em tudo que faz”.(LUNA, 2003).
Pressupondo relações onde prevaleçam o sentimento e o fazer cooperativo, estaremos pensando em uma nova pedagogia, uma forma de educação que vá além do discurso e que garanta a criação de acontecimentos – exercícios pedagógicos – onde a relação ocupe lugar central. Tecnicamente, o aprendiz – seja o indivíduo, o grupo, a organização ou a comunidade – é visto como ator principal de sua vida e de suas proposições.

Protagonista, sujeito de ação, opção e responsabilidade, capaz de planejar, executar, avaliar e se apropriar dos resultados considerando sempre a comunidade, seu bem-estar e sustentabilidade: fazer juntos, autonomamente. Colocando em pauta os desafios a serem enfrentados pelos agentes de mudança, técnicos ou gestores, na passagem de uma cultura marcadamente individualista para uma outra que pressuponha o exercício da cooperação, lembramos CREMA (1998):
“Vale aqui a regra de que só podemos facilitar ao outro o crescimento que já logramos em nós mesmos; só podemos conduzi-los até o ponto em que chegamos. Não é possível iluminar para o outro, uma parte, que em nós é escuridão”. (CREMA, 1998)
É preciso, portanto, olhar para dentro. Esquecer as mesmices e nos dispor, enquanto pessoas, a vencer os nossos próprios paradigmas. Teremos que travar uma luta interna, em momentos de reflexão, revisão e contestação dos modelos de comportamentos até então adotados por nós. Teremos que nos desapegar de verdades prontas e nos disponibilizar a aprender a aprender A mudança se concretiza em nossas ações diárias, somente assim, o nosso discurso não será vazio e seremos agentes capazes de auxiliar outros sujeitos, organizações, empresas e comunidades em seus processos de mudança.
Não existem receitas prontas, respostas à priori que nos capacitem a essa tarefa. Contudo, o primeiro passo é acreditar que pessoas podem promover mudanças e transformar realidades.
Ao refletir sobre quem é o agente de mudanças, qual o seu papel e que habilidades deve possuir para desenvolver seu trabalho, temos a falsa sensação de que deverá ser uma pessoa “pronta” para se relacionar, conviver em grupo e cooperar. Afinal de contas, a lista que compõe as habilidades necessárias ao desempenho desse papel é, a princípio, assustadora. Poderíamos começar dizendo da necessidade de desenvolver a atenção plena, a paciência, a flexibilidade, o bom humor, a capacidade de argumentação, de compartilhar, de inovar, de influenciar positivamente as pessoas, além de uma grande competência técnica. Ousaria dizer que este é o desafio de toda pessoa que almeja crescer enquanto ser humano. E aqui se encontra a essência de um agente: ser humano. Acabamos por fazer uma descoberta, todos os homens são agentes de mudança. Trabalhar em uma cultura que pressupõe cooperação é auxiliar sujeitos a se descobrirem protagonistas de suas histórias, de seus fazeres e, portanto, responsáveis perante suas escolhas.
Algumas indagações surgem, neste momento: como é possível realizar este trabalho? De que recursos, ferramentas, métodos e técnicas poderemos lançar mão?
Primeiro, como já sabemos não haver respostas à priori, entenderemos desenvolvimento, mudança, vida, como processo. Segundo constataremos que, muitas das ferramentas, técnicas, métodos e conhecimentos produzidos por nós, não serão mais úteis. Terceiro será preciso, criar na relação o ferramental necessário à realização desse velho/novo jeito de fazer a vida.
A característica metodológica inerente ao processo de construção coletiva, cooperação, está baseada principalmente na participação. Exercitar a participação é resgatar o exercício da cidadania, é permitir à pessoa redescobrir seu valor, sua importância e singularidade. Segundo Romano,
“... tudo será diferente quando tivermos metodologias que substituam “conscientização”, “sensibilização” e “educação”, que infantilizam, por “empowerment”, empoderamento – fortalecimento – e energização, que encorajam os excluídos a serem atores e agentes: “isto faz sentido”, “isto eu posso fazer”, “isto eu vou fazer”.(ROMANO, 2002 op. cit)

Para experimentarmos o convite de sermos, como quer Romano, autônomos na ação e interdependentes na missão, devemos aprender e ensinar o papel de protagonista.
As questões abaixo relacionadas são referenciais para uma leitura inicial dos grupos, possibilitando o levantamento de informações importantes ao processo de intervenção, encaminhamento e acompanhamento dos mesmos. As intervenções do técnico responsável serão feitas a partir do diagnóstico inicial, sempre levando em consideração as peculiaridades de cada grupo e a importância de fortalecer as relações de cooperação.



Roteiro para orientação


FATORES QUESTÕES BÁSICAS

De Aglutinação . Quais são os objetivos a serem alcançados pelo grupo?

. Quais os ideais, valores e crenças são compartilhados por seus membros?

Considerações:
.Todos os pontos de convergência são considerados fatores ou elementos de aglutinação.

. A partir de tais elementos não só são definidas as estratégias de funcionamento do grupo, como são definidas a missão e a visão de futuro.

. O processo de aglutinação não está demarcado em um só momento do grupo, ele acontece durante todo o processo e precisa ser realimentado.



De Constituição e Caracterização do Grupo. . Quem é cada um dos membros do grupo? História de vida, sonhos e projeções?

. Qual o conhecimento que os participantes têm uns dos outros?

. Quais são os limites de cada um, disponibilidades e características pessoais?

. O grupo já está formado ou em fase de constituição?

. As regras de funcionamento já foram estabelecidas? Estão claras?

. Quais os tipos de vínculos estabelecidos e que contratos existem internamente no grupo?

. Qual a sua dinâmica de funcionamento?

. Qual é o nível de maturidade do grupo?

. Qual a linguagem adotada? Já se realizou a passagem do “eu” para o “nós”?

. Quais os tipos de lideranças existentes?

. Como é a comunicação?

. Como funciona o processo decisório?ü Existem níveis de resistência? Quais?

. Que habilidades e talentos – potencialidades – existem no grupo?


Consideração:
. O grupo passa por diversas fases que se diferenciam entre si. As respostas às questões acima são construídas ao longo de todo processo e devem ser constantemente reavaliadas. Elas são indicadores de como o grupo está se desenvolvendo.








De Viabilidade do Negócio . O negócio já existe ou está sendo pensada sua implantação?

. O negócio é inspirador para todos os participantes? É desejo de todos?

. Existe um planejamento, um plano de negócios?

. Que conhecimento o grupo possuí do negócio em questão?

. O grupo escolheu a melhor forma ou estratégia para conduzir/gerir o negócio?


Consideração:
. Não somente a clareza quanto ao negócio escolhido quanto o real envolvimento de todos os participantes é de fundamental importância para seu sucesso. É possível encontrar resistências geradas no fato de que alguns – às vezes poucos elementos – não acreditam no negócio.



De estruturação de uma organização associativa











De estruturação de uma organização associativa . O grupo está motivado com a idéia de trabalhar/produzir de forma coletiva?

. Ele domina os princípios, fundamentos e conceitos da experiência associativa?

. O grupo tem clareza da “ética” que deve permear tal organização?

. O grupo sabe a diferença existente entre as várias formas de organizações associativas?

. A formação de uma organização associativa é a melhor alternativa para o grupo gerir seu negócio? Existem outras? Quais?

. Os participantes estão cientes das implicações inerentes a uma gestão de natureza coletiva?

Consideração:
. Além dos passos de natureza técnica e burocrática, todos os pontos abordados anteriormente são fundantes no processo de estruturação de uma organização associativa.

. Uma vez que ainda predomina a prática e o pensar competitivo é importante que o grupo se prepare para mudança de comportamentos e revisão de paradigmas.

. É indispensável para os técnicos, consultores e instrutores dominar – ter clareza – dos conceitos com os quais o grupo irá trabalhar e sustentar, enquanto prática, uma nova conduta. É necessário, ainda, salientar, que cada conceito pressupõe um aprofundamento teórico, mas, antes de tudo, pressupõe coerência na relação teoria e prática dos sujeitos que lidam com eles. Abaixo estão listados alguns:

COOPERAÇÃO; INDIVIDUALISMO; COLETIVISMO; A PASSAGEM DO “EU” PARA O “NÓS”.; ASSOCIATIVISMO.; COMPARTILHAMENTO.
SOLIDARIEDADE.; AUTONOMIA.; COMUNIDADE.;CIDADANIA.
CO-RESPONSABILIDADE; PARTICIPAÇÃO; PERTENCIMENTO
EMPODERAMENTO; ENERGIA; SINERGIA; REDE; A DIFERENÇA ENTRE TERCEIRIZAÇÃO E PARCERIA; VISÃO SISTÊMICA; INTERDEPENDÊNCIA.
INTERCONEXÃO; CONFIANÇA; COMPROMETIMENTO; INTEGRAÇÃO e outros.
Acima estão descritos, de forma sintética, os fatores a serem considerados na constituição/formação, funcionamento e acompanhamento de grupos associativos. Cada um deles – aglutinação, constituição e caracterização do grupo, viabilidade do negócio e estruturação de uma organização associativa – se desdobra numa série de questões a serem verificadas, analisadas e desenvolvidas com, no e pelo grupo. Decorre daí que, os técnicos, consultores e facilitadores, envolvidos no processo, deverão estar imbuídos teórica e praticamente dos princípios da cultura da cooperação.
OUSAR FAZER UM MUNDO MELHOR é parte do tema deste capítulo e para isto é preciso sonhar. Para Paulo Freire (1989),
“Sonham! Isto é o que fazem os profetas... aqueles ou aquelas que se molham de tal forma nas águas da sua cultura e da sua história, da cultura e da história do seu povo, que conhecem o seu aqui e agora e, por isso, podem prever o amanhã que eles mais do que adivinham, realizam”. [FREIRE, 1989].
Ajudar a realizar futuros, tarefa que facilitadores de maneira geral assumem como sua. Eis porque, a cada dia, precisam ser verificadas, por si mesmos, suas competências em todos os níveis: a técnica, a de contexto e a de relação. É grande a responsabilidade, pressupõe saber fazer a vida com o outro, pressupõe dar conta de “agasalhar a esperança do mundo”.
Guimarães Rosa dizia que esta é uma responsabilidade de todos os homens. Ela é maior ainda se este homem é um facilitador da relação dos homens consigo mesmos e com o mundo.

É de responsabilidade de técnicos, consultores e facilitadores ajudar os homens a pensar e compreender tal prática.


¹ CAILLÉ
² FULLER R. Bukminster. Manual de Operação para Espaçonave Terra. Brasília, Editora UnB, 1985 in WEIL Pierre, D’AMBRÓSIO Ubiratan, CREMA Roberto. Rumo à Nova Transdisciplinaridade – Sistemas Abertos de Conhecimento. Summus Editora, 1993.

Fonte: http://www.sebraeminas.com.br/culturadacooperacao

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