sábado, 3 de abril de 2010

[PGN] COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

Segundo Brotto (1999), a cooperação é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.
De acordo com o Dicionário Aurélio cooperar é operar ou obrar simultaneamente; trabalhar em comum; colaborar; cooperar para o bem público; cooperar para o trabalho em equipe.
Cooperar significa partilhar objetivos e necessidades comuns, que individualmente seria difícil de alcançar, e propor ações conjuntas para realizá-los por meio de uma participação consciente de todos os membros envolvidos no processo.
Portanto, para que os participantes de sintam mutuamente apoiados, é fundamental que a cooperação se dê em num ambiente de participação.
Participar não é só sugerir (envolvimento). A verdadeira participação acontece quando se decide junto com os outros a solução das questões (comprometimento). Por exemplo, participar não é dar opinião sobre a cor do uniforme, mas sim discutir com o time e com o técnico as estratégias para ganhar um título no campeonato. E quando o resultado vier ter consciência de sua responsabilidade diante do resultado. Ou seja, participação só acontece de fato quando existe comprometimento, responsabilidade, trabalho e ação conjunta.
Agir conjuntamente implica em interação de diferentes personalidades, experiências, visões e interesses que provavelmente resulta em conflitos, uma vez que é muito complicado satisfazer a todos. Se os conflitos (processo natural em qualquer organização) não forem resolvidos, podem levar à competição ou acomodação como tentativa de vencê-los. Mas quando são percebidos como oportunidade de “desacomodar” e melhorar as idéias. São esses conflitos que possibilitam o desenvolvimento das pessoas, dos grupos, das organizações e da sociedade.
Uma sociedade evolui desse equilíbrio de forças, tornando-se cada vez mais necessário encontrar maneiras avançadas para desenvolver o trabalho cooperado.
Mas infelizmente a cultura da cooperação não se instala com a velocidade que gostaríamos pelo simples fato de depender da mudança de atitude das pessoas.
Para a conjugar os verbos na primeira pessoa do plural (nós) é preciso resgatar valores e princípios fundamentais: Solidariedade, interdependência, confiança mútua, aceitação das lideranças, participação direta, sinergia, visão comum, aprendizagem coletiva, fraternidade e ética.

POR QUE ESTABELECER PARCERIAS E ALIANÇAS
Os benefícios da ação coletiva são conhecidos desde os primórdios da humanidade. Em diversas etapas do processo de civilização e em diversas culturas, com maior ou menor destaque, os homens sempre buscaram somar esforços para enfrentar dificuldades comuns. Se essa prática é tão antiga, por que classificar as parcerias, alianças estratégicas e associativismo como idéias modernas ou formas avançadas de administrar problemas e explorar oportunidades?
A resposta é simples: porque toda a idéia que se tem de empresa moderna baseia-se em ação isolada para sobreviver num ambiente comum. O sistema de economia de mercado está alicerçado na obtenção de lucro, então, em última análise, todas competem com todas. Se competir é saudável, por que cooperar? A resposta seria: pelo próprio crescimento da competição em níveis que até pouco tempo eram incalculáveis para nós. Nunca o mundo competiu tanto por tão poucos recursos. Estamos, sem dúvidas, numa era de escassez, seja de capital, de talentos especializados, matérias-primas, recursos naturais etc. Em outras palavras é preciso, mais do que nunca, cooperar para competir. Quem assistiu ao filme premiadíssimo: O Gladiador deve lembrar do trecho em que Máximo solicita a todos os outros gladiadores que se unam para conseguir ganhar a luta (seria muito bom que o educador apresentasse esse trecho apenas do filme para o grupo).

A NECESSIDADE DE COOPERAÇÃO DAS PEQUENAS EMPRESAS
Foi dado a um homem o direito de conhecer o céu e o inferno. Lá se foram eles, o homem e um anjo com guia.
Os dois foram primeiro ao inferno. Ao abrirem a porta, viram uma sala, em cujo centro havia um caldeirão, onde se cozinhava uma suculenta sopa. Em volta do caldeirão estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão cumprido que lhes permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas. O sofrimento era imenso...
Em seguida, o anjo levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala igualzinha à primeira. Havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença era que ali todos estavam alimentados.
 Então eu não compreendo, disse o homem. Por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se tudo é igual?
O anjo sorriu e respondeu:
 Você não percebeu? É porque aqui elas aprendem a dar comida umas às outras.

No universo das pequenas empresas, a necessidade de cooperação torna-se mais dramática, devido às desvantagens próprias da sua representatividade, traduzida em baixo volume de produção, pequeno volume de vendas e inexistência de economia de escala. O resultado é uma saúde financeira frágil levando, freqüentemente, a problemas de capital de giro e dificuldade de acesso ao crédito bancário.
Algumas dificuldades enfrentadas pelas pequenas empresas que reduzem sua capacidade competitiva diante das empresas de médio e grande porte.
 Ficam sufocadas entre dois fortes grupos de pressão: grandes fornecedores e grandes compradores;
 Dependem de atacadistas e intermediários, que encarecem os preços finais;
 Tem pouca representatividade política e social e, portanto, baixo poder de pressão;
 Tem pequeno poder de negociação.


ÁREAS QUE MERECEM ATENÇÃO ESPECIAL
Em conseqüência dessas dificuldades aparecem as chamadas áreas críticas, assim denominadas porque prejudicam o desenvolvimento da pequena empresa:
 Suprimentos. Devido ao baixo poder de barganha, normalmente as pequenas empresas acabam comprando mais caro os insumos e as mercadorias.
 Tecnologia. A pequena empresa permanece refém de produtos e processos tradicionais de fabricação, com dificuldade de acesso à inovação e à tecnologia avançada.
 Comercialização. Pequenas empresas raramente podem reunir meios necessários para desenvolver ações de marketing, estudos de mercado, análises de oportunidades etc., permanecendo vulneráveis perante fornecedores e clientes, que lhes impõem suas próprias condições.
 Recursos. Pelo fato de exercer sozinho a posição de direção, o pequeno empresário fica preso a problemas de ordem administrativa e gerencial que o impedem de freqüentar cursos de atualização e de especialização.
O associativismo e cooperativismo entre empresas pode ser uma alternativa importante na busca de superar os diversos aspectos de seu isolamento, sem prejudicar sua independência ou sua estrutura pequena e leve.

CLASSIFICANDO E DEFININDO AS AÇÕES COLETIVAS
Apesar de não existirem definições formalizadas, a prática vem estabelecendo conceitos e categorias.
Associativismo. É o ato de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas associarem-se para alcançar um objetivo comum.
Associativismo empresarial. É o tipo de associação que pode existir entre duas ou mais empresas.
Associativismo de representação empresarial. São associações de empresas que têm como objetivo principal a defesa e representação de interesses comuns. Nessa categoria incluímos as chamadas associações comerciais, industriais e agrícolas, e as chamadas associações setoriais e/ ou de segmento como: associações de microempresas, associação das indústrias de confecção, associação das empresas de comunicação etc. algumas entidades que congregam profissionais, devido a forte relação que estes têm com as empresas, são consideradas também associações de interesse empresarial da mesma forma que os sindicatos patronais. É o caso dos Clubes de Dirigentes Lojistas (CDLs) e da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB).

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